Dançar é uma paixão, mas para manter acesso o fogo desta paixão e preciso trabalho ardo, dedicação, disciplina, respeito e muito amor por cada passo que damos...

*Por: Mary... Mariana de Oliveira...

Divulgando todas as artes através da arte de dançar....


domingo, 15 de maio de 2011

Sebastian Arce e Mariana Montes: Os Bailarinos de pés de veludo









O texto abaixo exprime todo que senti quando assisti este vídeo pela primeira vez. 
Para mim eles são simplicidade e puro sentimento. Na simplicidade do bailar deste casal eles dão um show de elegância. Mariana de Oliveira.
















Quando o argentino Sebastian Arce tinha 8 anos de idade, em Buenos Aires, seus pais se separaram. Para chamar atenção o garoto se tornou endiabrado. O pai só viu uma solução: ocupá-lo quando não estava na escola. Sebastian foi colocado num curso de pintura. Não deu certo. Mudou para música. Novamente não funcionou. Tentou danças folclóricas, e nada. Como última tentativa, o pestinha foi matriculado num curso de tango. O fascínio foi imediato e total. Nasceu assim, a partir daquele dia, um dos mais extraordinários artistas do gênero, respeitado em Buenos Aires e no exterior. Para muita gente, o melhor da atualidade. Para outros, no mínimo um artista admirável.

Sebastian Arce, 29 anos, e sua parceira Mariana Montes, 30 anos, foram as estrelas do II Dançata Master Tango, realizado com grande sucesso em São Paulo pela bailarina Alcione Barros, de 21 a 23 de maio. Entusiasmado, o próprio bailarino sugeriu seu retorno, no segundo semestre (veja página 3). Foi a terceira vez que ele veio ao Brasil. Nas outras duas, há muito tempo, integrando grupo de dança do famoso mestre Juan Carlos Copes, esteve em São Paulo, Curitiba e Brasília. Eles conquistaram o público brasileiro de cara, já no primeiro dia, quando
se apresentaram na milonga de abertura do evento. Depois da magistral apresentação o público, formado por tangueiros, não parava de apaludir e pediu três vezes por “mais um”, o clássico elogio da comunidade.

Quem nada entende de tango e for ver um show de Sebastian e Mariana, esperando malabarismos circenses, certamente sairá desapontado.
Adança deles já está muito distante disso, e lá na frente. Em certos momentos a aparente simplicidade é tão desconcertante que passa a impressão que qualquer um pode fazer. É? Vá tentar! O refinamento da técnica de Sebastian Arce, com passos de uma limpeza impressionante, já deixou para trás os efeitos mirabolantes que costumam encantar platéias leigas. Ele sabe fazer todos eles, só que já está em outro estágio. “Baila-se antes de to-car na mulher”, disse ao Dance, referindo-se à emoção. “O movimento nasce na alma, vem lá de dentro, senão não existe. Sem emoção só dá para copiar, dançar não”. É a partir de frases assim que a gente começa a conhecer Sebastian Arce. Ele não está dando a mínima para os passos meramente técnicos, ou pirotécnicos. A força da sua dança vem toda desse sentimento.

O ex-garoto endiabrado viu o tangueiro nascendo dentro de si pelo imaginário da sedução. Muito cedo, sim. Os homens de preto eram associados à figura do Zorro, de capa, máscara e espada, que povoava os delírios da garotada portenha naqueles anos. Já as mulheres, ah as mulheres, foram sua paixão jamais disfarçada, com seus vestidos curtos e meias de rendas pretas. Foram elas, confessa, com um sorriso maroto no canto da boca, e não ainda a música, que o empurraram para um caminho sem volta no tango. Não só sem volta, mas também incansável: “Às 9 da manhã, quando acordo, já é ouvindo tango”, conta. Mas acha tempo ainda para outra paixão, a Ópera. Com sua parceira Mariana Montes não é diferente: “Se resolvo descansar, três dias é o máximo que agüento sem dançar tango”, revela a bailarina, freqüentadora habitual de milongas (bailes), onde se entrega à curtição sem preocupar-se com os rigores técnicos da atividade profissional. Um detalhe que vale a pena registrar: no tango, como se sabe, a magia do abraço representa mais da metade da dança. Mariana gostou do abraço brasileiro, para ela igual ao dos bons milongueiros argentinos, e melhor que o dos europeus. Ponto para nós!

O primeiro professor de tango de Sebastian Arce foi Eduardo Arquimbau. Deu-lhe a técnica, mas a inspiração, segundo ele, veio dos grandes
dançarinos das milongas. Aos 12 anos fez seu primeiro show, na Galeria de Tango Argentino. Detalhe: com o raro privilégio de ter o próprio
maestro Oswaldo Pugliese regendo sua orquestra. Pugliese morreu em 25 de julho de 1995.

Formado em Administração, Sebastian exerceu- a no próprio negócio. Aos 19 anos mudouse para Paris, onde organizou eventos e fundou uma escola de tango. “Hoje tenho mais de 5 mil alunos em todo o mundo”, garante. Atualmente mora em Moscou, casado há dois anos com Sofia, ex-bailarina profissional de danças latinas. Mariana Montes, parceira há 3 anos e apontada como melhor amiga, é namorada há 5 anos de outra celebridade do tango, Chicho. Mariana dança há 10 anos. Aprendeu, entre outros, com Carlos Rivarola, Juan Carlos Copes, Miguel Zotto e Milena Plebs.

Por Milton Saldanha



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